Nos dias 29 e 30 de Maio, o Sesc São Paulo e a Ecofalante realizam o “Seminário de Cinema e Educação” no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc-SP.
Leia o texto na íntegra sobre o evento!
Masterclass - A pedagogia do dispositivo: cinema e educação
Marcada por um lado pela filosofia da diferença e por outro pelas práticas cinematográficas que se desenham entre o documentário e o cinema experimental “a pedagogia do dispositivo” se apresenta como prática que engaja sujeitos e grupos no fazer cinematográfico. Nos limites entre uma dimensão clínica e uma produção estética, tal pedagogia vem sendo experimentada em escolas, formações livres e na universidade. É no tecer dessas redes entre a produção cinematográfica e subjetiva que inserimos essa conversa.
Cezar Migliorin é professor de Cinema da UFF. Coordenador do projeto nacional de cinema, educação e direitos humanos: Inventar com a Diferença. Publicou, entre outros, "Inevitavelmente Cinema: educação, política e mafuá" e "Cartas sem resposta".
Mesa 1 - A produção audiovisual como processo educativo e emancipatório
Um filme pode ser encarado "apenas" como um objeto ou enquanto a marca final de um processo criativo. De acordo com este último sentido, o cinema não poder ser apreendido sem que o "fazer" esteja presente. Seria precisamente esta dimensão do processo de aprendizado aquela capaz de estimular a imaginação e reforçar a autoconfiança, engajando os alunos em seu próprio processo emancipatório. Inúmeras são as experiências que se valem desta pedagogia intrínseca ao fazer cinematográfico, e esta mesa propõe o diálogo com algumas delas.
Jorge Bodanzky é cineasta e fotógrafo. Estudou arquitetura na UNB e cinema na Alemanha nos anos 1960. Dirigiu clássicos como Iracema, Uma Transa Amazônica (1974), Jari (1979) e O Terceiro Milênio (1980). Também atuou como diretor de fotografia em Hitler, IIIº Mundo (José Agrippino de Paula, 1968) e O Profeta da Fome (Maurice Capovilla, 1969), entre outros. Trabalhos recentes, a série exclusiva HBO Transamazônica: Uma Estrada Para o Passado, Ruivaldo, O Homem Que Salvou a Terra, e Utopia Distopia. Atualmente, assina uma coluna em vídeo para a revista Zum do Instituto Moreira Salles e na revista amazonialatitude.com da Florida State University.
Cineasta e indigenista, fundou, em 1986, o Vídeo nas Aldeias: projeto que apoia as lutas dos povos indígenas para fortalecer suas identidades e seus patrimônios territoriais e culturais por meio de recursos audiovisuais.
Formada em Cinema pela UFF, fotógrafa, curadora de mostra e festivais, secretária executiva do Cineduc, dedica-se à área de Cinema e Educação desde 1975, realizando cursos, oficinas, criando materiais didáticos e publicações.
Mesa 2 - Regulamentação: a garantia do acesso aos filmes em sala de aula (Lei 13006/14 e direitos autorais)
É um fato que o cinema está presente nas escolas, ainda que, muitas vezes, isso se deva ao engajamento pessoal de certos educadores. Com a aprovação da Lei 13006/14, que obriga as escolas a exibirem ao menos duas horas mensais de filmes nacionais aos seus alunos, isso deve mudar. Mas, para além da discussão em torno da regulamentação deste dispositivo, de que maneira a legislação de direitos autorais poderá dar conta de ser aplicada neste contexto?
Roteirista e Diretor formado na ECA-USP. Presidente da Associação Paulista de Cineastas, de 2005 a 2009 e atual vice-presidente. Fez comerciais, documentários e filmes de ficção, sendo o último Maria - não esqueça que eu venho dos trópicos.
É professora da Faculdade de Educação da UFRJ, onde coordena o Grupo CINEAD: Laboratório de Educação, Cinema e Audiovisual. Fundou e participou da coordenação da Redekino. Coordena, entre outros, a coleção Cinemas e Educações, da Editora Multifoco.
Formado em Direito pela PUC-SP e pós-graduado em Direito do Entretenimento, Mídia e Propriedade Intelectual na Escola Superior de Direito da OAB, advoga na área audiovisual do escritório Cesnik, Quintino e Salinas Advogados.
Mesa 3 - Projetos de Educação em Instituições de Preservação Audiovisual
Atividades de formação do olhar para o cinema são praticamente inerentes à missão histórica de instituições de difusão de filmes de repertório, tais como cineclubes e cinematecas, que tendem a olhar para as películas preferencialmente enquanto obras de arte. Algumas instituições, inclusive, colocam essas atividades pedagógicas no centro de sua missão. É o caso, da Cinemateca francesa. No Brasil, há iniciativas nesse sentido, que apresentaremos nesta mesa, porém há também ainda muita resistência e dificuldades a serem enfrentadas.
Hernani Heffner é conservador audiovisual e professor de História do Cinema. Em 1996, ingressou na Cinemateca do MAM-RJ, passando pela Curadoria de Documentação e Pesquisa e assumindo em 1999 o cargo de Conservador-Chefe do Arquivo de Filmes.
Graduada em Ciências Sociais (UFRGS), Especialista em Alfabetização para as Classes Populares e Projetos Sociais e Culturais (UFRGS). Trabalha na Cinemateca Capitólio, SMC/Porto Alegre. Tem publicações na área do Cinema e Educação.
Mestre em Didática da Imagem pela Universidade Paris 3, sob orientação de Alain Bergala. Fundadora da associação RAIAR - Redes de Ações e Interações Artísticas e do Programa Imagens em Movimento, sócia da Panapaná Produções Artísticas.
Mesa 4 - O cinema como pedagogia para uma formação cidadã: Diálogos entre cinema e educação
Por que utilizar o cinema em sala de aula em detrimento de outras artes? Qual é a peculiaridade específica da obra fílmica? Por que e como promover o encontro dos alunos com o cinema? O que se pode efetivamente ensinar-lhes sobre os filmes? Essas são algumas das relevantes questões que hoje estão na pauta dos educadores engajados em levar o cinema para a sala de aula e que os palestrantes desta mesa se propõem a discutir.
Professor da Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Unicamp, pesquisador vinculado ao Laboratório de Estudos Audiovisuais OLHO FE/UNICAMP; coordenador da Rede Kino.
Doutor (1999) e mestre (1994) em História Social pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor de História do Brasil Independente e docente-orientador no Programa de História Social da USP.
Cineasta, mestre pela PUC-SP, doutora pela ECA-USP-SP, pós-doutora em Educação pela UFRJ. Atua desenvolvendo, lecionando e/ou coordenando projetos de educação audiovisual e de formação de professores para o uso do audiovisual.
Bacharel e Licenciada em Ciências Sociais; Doutora em Educação (UFMG); Profa Titular da Faculdade de Educação da UFMG. Co-organizadora da Coleção “Educação, Cultura e Cinema” (Ed. Autêntica) e da Seção “Educar o Olhar” (Revista Presença Pedagógica).
Mesa 5 - Cinema, Educação e Meio-ambiente (Lei 9.795/99 da Educação Ambiental)
As disciplinas que tratam de meio ambiente talvez sejam as que, tradicionalmente, mais se valem do uso dos filmes em sala de aula, a fim de propor aos alunos debates em torno de temas específicos. A utilização que fazem do cinema tem, portanto, normalmente, uma abordagem mais instrumental. Desta forma, a questão que inevitavelmente se coloca é como ir além do uso "conteudista" do cinema nessas disciplinas; além disso, como ele pode contribuir para a Política Nacional de Educação Ambiental.
Professor titular Instituto Energia e Ambiente da USP. Editor da revista Ambiente e Sociedade. Membro do Conselho Brasileiro do Greenpeace. Presidente do Conselho do ICLEI - Governos Locais pela Sustentabilidade - América do Sul.
Pós-doutor pelo Instituto de Estudos Avançados e doutor em Educação e Sustentabilidade pelo Programa de Ciência Ambiental da USP. Assessor da UNESCO para o Currículo Paulista. Diretor da Reconectta e do Movimento Escolas pelo Clima.
Professor e pesquisador no Laboratório de Estudos Audiovisuais - Olho, da Faculdade de Educação da Unicamp. Pós-doutor pelo Goldsmiths College da Universidade de Londres, com projeto de estudos sobre cinema experimental e filosofias da diferença.