Debate: Escute: A Terra Foi Rasgada
O documentário Escute: A Terra Foi Rasgada, realizado pela Aliança em Defesa dos Territórios e parceiros, propõe um mergulho na luta e no pensamento dos povos Kayapó, Yanomami e Munduruku contra o garimpo ilegal em seus territórios. A invasão garimpeira nessas regiões provoca danos socioambientais devastadores, como o desmatamento, a poluição dos rios, a contaminação por mercúrio, a disseminação de doenças, além de ataques violentos de garimpeiros.
No debate “Escute: A Terra Foi Rasgada”, que vai acontecer na sala 3 do Espaço Itáu de Cinema - Augusta no domingo, 4 de junho, às 18h30, contaremos com a presença de algumas lideranças indígenas da Aliança em Defesa dos Territórios. O documentário vai ter sua estreia na sessão anterior, às 17h00.
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Para a discussão, contaremos com os seguintes convidados:
Beka Munduruku é comunicadora e jovem liderança indígena. Beka é uma das fundadoras do do médio Tapajós, composto por jovens mulheres e criado em 2014, durante a primeira etapa da autodemarcação da TI Sawré Muybu,que ainda não foi homologado pelo governo federal. Beka Saw é uma jovem liderança Munduruku, da aldeia Sawre Muybu, no médio rio Tapajós. Localizado no município paraense de Itaituba (principal polo do ouro ilegal no Brasil), o território onde vive é alvo de invasões de garimpeiros, madeireiros e grileiros há muitos anos. A região está ameaçada, também, por diversos projetos de infraestrutura: hidrelétricas, hidrovias, portos, estradas e ferrovias. Com o Coletivo Audiovisual Daje Kapap Eipi, que leva o nome do seu território, Beka tem mostrado para o mundo a luta dos Munduruku para garantir a proteção das suas terras. Da produção desse coletivo, destaca-se o curta Mensageiras da Amazônia, que estreou na Mostra Ecofalante em 2022.
Documentarista formada em Rádio e TV pela Faculdade de Comunicação Social e pós-graduada em Sociopsicologia na FESPSP, tem como foco trabalhos relacionados à arte e cultura, direitos humanos e ambientais. Realizou projetos audiovisuais para importantes instituições do país, como Itaú Cultural, Instituto Socioambiental (ISA), Teatro Oficina, Greenpeace, SESC, Instituto Goethe, e para organizações do poder público, entre elas, o Theatro Municipal de São Paulo, Museu Afro Brasil, Secretaria de Direitos Humanos do Município de São Paulo e Secretarias de Gênero e Etnia e de de Cultura do Estado de São Paulo, além de produções para diversos artistas independentes do teatro, música, dança e artes visuais. Diretora dos documentários Prot{agô}nistas - o movimento negro no circo (2021), Pastoras do Rosário: da Nebulosa ao brilho ( 2022), e Escute: A Terra Foi Rasgada (2023).
Davi é membro colaborador da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e vencedor dos prêmios United Nations Global 500 Award, da Ordem do Rio Branco, da Ordem do Mérito Cultural do Brasil e da Menção Honrosa pelo júri do Prêmio Bartolomé de las Casas da Espanha. Também é autor dos livros "A Queda do Céu, Palavras de um Xamã Yanomami" e “O Espírito da Floresta”, com coautoria do antropólogo francês Bruce Albert, é roteirista do filme A Última Floresta, com o cineasta Luiz Bolognesi, e doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Roraima e pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), por sua histórica e reconhecida contribuição com a defesa do seu povo e dos direitos indígenas. Davi tem dedicado toda a sua vida a denunciar as violações contra o povo Yanomami.
Documentarista forjado no cinema de guerrilha, especializado em pensar e realizar filmes de não ficção de cunho socioambiental. Montador do filme Sob a pata do boi de Marcio Isensee e diretor dos documentários O Silêncio é uma Prece (2020), BR Acima de Tudo (2021), Parceiros da Floresta (2022) e Escute: A Terra Foi Rasgada (2023).
Maial Kaiapó é indígena, bacharela em Direito, antirracista, defensora dos direitos humanos e ambientais. Profissionalmente, atuou na defesa dos direitos dos povos indígenas na FUNAI, SESAI e como assessora da deputada Joenia Wapichana. Hoje, é mestranda em Direito pela Universidade Federal do Pará e candidata da Rede Sustentabilidade à deputada federal pelo Pará. Pertence a uma geração que não tem culpa nenhuma pelos desmandos políticos do país, mas que está disposta a entrar na política para fazer diferença. Ela fala pelas mulheres indígenas, mas fala para toda essa nova geração paraense.